Segundo processo de impeachment contra Carlos Moisés é aprovado na Alesc
A denúncia do segundo impeachment trata da representação apresentada por 16 pessoas em agosto deste ano, no qual o governador é suspeito de crime de responsabilidade no episódio da compra dos 200 respiradores artificiais que foram pagos, mas não foram entregues.

Trinta e seis votos. Esse foi o placar da votação do segundo processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) na tarde desta quarta-feira, 20, no plenário da Alesc. Isso que o presidente, deputado Julio Garcia (PSD), se absteve e Caropreso (PSDB) não estava presente.
A base de Moisés se resumiu a dois soldados: coronel Mocelin (PSL) e Paulinha (PDT), a líder do governo no parlamento, foram os únicos a saírem em defesa de Moisés. Paulinha falou e conspiração e “uso flagrante do substrato do regimento, nas suas mais delicadas vírgulas, para benefício daqueles que desejam o afastamento do governador”.
Durante quase quatro horas de sessão, os deputados não pouparam o governador e investidas até mais duras do que a votação do primeiro processo de impeachment, que foi aprovado em 17 de setembro por 32 votos favoráveis, quatro a menos que neste segundo pedido.
A denúncia do segundo impeachment trata da representação apresentada por 16 pessoas em agosto deste ano, no qual o governador é suspeito de crime de responsabilidade no episódio da compra dos 200 respiradores artificiais que foram pagos, mas não foram entregues; ao prestar informações falsas à CPI dos Respiradores; no processo de contratação do hospital de campanha de Itajaí; e ao não adotar procedimentos administrativos contra os ex-secretários Helton Zeferino e Douglas Borba.
Eram necessários 27 votos para a aprovação do PDL. Moisés precisva de 14 votos para evitar a instauração do segundo processo de impeachment. A única ausência durante a votação foi do deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), por motivos de saúde.
Defesa alega inocência
O advogado do governador Carlos Moisés, Marcos Fey Probst voltou a falar em inocência de Moisés na compra dos respiradores e insistiu que assim que foi tomado conhecimento da situação se pediu abertura de investigação, versão discutida e contestada no processo.
O defensor afirmou que o presidente do TCE esclareceu que jamais comentou com o governador sobre a compra específica da Veigamed e que a conversa tratou genericamente sobre pagamento antecipado. Da mesma forma, Probst garantiu que Moisés não mentiu à CPI dos Respiradores e só ficou sabendo da compra no dia 22 de abril e que de imediato solicitou providências à Polícia Civil.
Sobre o hospital de campanha, o advogado afirmou que o documento que autorizaria a contratação não foi assinado pelo governador e afirmou que a acusação “falseou as provas” na denúncia. “A compra dos 200 respiradores também não transitou pelo gabinete do governador”, completou.
A deputada Palinha usou parte de seu tempo de fala para criticar, em um discurso rebuscado, a condução do processo de impeachment. A deputada disse que lhe foi neago pedido de vistas no processo e criticou a velocidade da tramitação que pode afastar o governador. Na semana passada a sessão chegou a ser adiada após a defesa apontar inconsistência na publicação do Diário Oficial da Alesc, que dava prazo para a sessão do impeachment. A votação acabou adiada.
O presidente Julio Garcia até se defendeu na questão do Diário Oficial e disse que o que prevaleceu na Justiça foi a versão da Alesc, de que a publicação seguiu os prazos determinados.
Votação
– Sim: 36 votos
– Não: dois votos
– Abstenção: um voto
– Ausência: um voto
Como votou cada deputado
– Ada de Luca (MDB): sim
– Altair Silva (PP): sim
– Ana Campagnolo (PSL): sim
– Bruno Souza (Novo): sim
– Carlos Humberto Metzner Silva (PL): sim
– Cesar Valduga (PCdoB): sim
– Coronel Mocellin (PSL): não
– Dirce Heiderscheidt (MDB): sim
– Dr. Vicente Caropreso (PSDB): ausente
– Fabiano da Luz (PT): sim
– Felipe Estevão (PSL): sim
– Ismael dos Santos (PSD): sim
– Ivan Naatz (PL): sim
– Jair Miotto (PSC): sim
– Jerry Comper (MDB): sim
– Jessé Lopes (PSL): sim
– João Amin (PP): sim
– José Milton Scheffer (PP): sim
– Julio Garcia (PSD): abstenção
– Kennedy Nunes (PSD): sim
– Laércio Schuster (PSB): sim
– Luciane Carminatti (PT): sim
– Luiz Fernando Vampiro (MDB): sim
– Marcius Machado (PL): sim
– Marcos Vieira (PSDB): sim
– Marlene Fengler (PSD): sim
– Maurício Eskudlark (PL): sim
– Mauro de Nadal (MDB): sim
– Milton Hobus (PSD): sim
– Moacir Sopelsa (MDB): sim
– Nazareno Martins (PSB): sim
– Neodi Saretta (PT): sim
– Padre Pedro Baldissera (PT): sim
– Paulinha (PDT): não
– Ricardo Alba (PSL): sim
– Romildo Titon (MDB): sim
– Sargento Lima (PSL): sim
– Sergio Motta (Republicanos): sim
– Valdir Cobalchini (MDB): sim
– Volnei Weber (MDB): sim