Amar e cuidar de pessoas é um mandamento bíblico, especialmente quando são da própria família, entretanto, mesmo que tenhamos boa vontade e um coração cheio de amor, algumas pessoas conseguem trazem mais maldição do que benção em nossas vidas. E aí, como manter distância?

 

Creio que o segredo está em primeiro conhecermos a nós mesmos profundamente. Quando não sabemos quem somos, nem o que queremos, ficamos à mercê de coisas, títulos, posições, e, inclusive, de pessoas que nos causam mal. Quando não nos conhecemos direito, também corremos o risco de encarar uma crítica construtiva ou um posicionamento correto em algo ruim, e quando o tempo passa nos arrependemos de não ter ouvido “aquela pessoa chata”.

 

Durante minha adolescência meu pai e minha mãe tentaram muitas vezes me mostrar o caminho, me deram conselhos, me incentivaram em algumas situações e me desmotivaram em outras. E eu cresci achando que eles eram pessoas que só impediam meus sonhos. O tempo passou, me conheci melhor, e, especialmente quando casei e tive minhas filhas, percebi que meus pais só queriam meu bem o tempo todo.

 

Precisamos reconhecer que é muito fácil se distanciar de pessoas que não exerçam influência sobre nossas vidas, um amigo por exemplo. Mas como manter distância do marido ou da esposa? De um pai ou da mãe? De um filho ou filha? Do patrão? Não é tão simples assim chegar em um filho ou no patrão e dizer: “Não quero você perto de mim!”

 

Minha primeira dica quando você identificar uma pessoa que precisa ser evitada é conversar de forma sincera e explicar como as atitudes dela estão causando mal. Uma sugestão sempre útil nestas horas é conversar com o auxílio de um psicólogo ou outro profissional especializado em aconselhamento. De qualquer forma evite as pessoas que:

 

Que te puxam para baixo.

No resgate de um afogamento, a principal preocupação é não deixar a vítima abraçar ou segurar nos braços do salva-vidas. Se isso acontecer, ambos morrem afogados. No desespero, a pessoa puxa para baixo quem foi lá para salvá-la. Isso acontece com pessoas que sempre vão sufocar seus sonhos e projetos. Cuidado com pessoas que colocam seus interesses sempre em primeiro lugar. Que te obrigam a deixar amigos, a mudar de religião, de cidade apenas para satisfazer seus próprios interesses. Em relações tóxicas com familiares ou amigos, uma pessoa pode ser obrigada a desmarcar compromissos com frequência para estar à disposição do outro, mudar o seu estilo de roupa e até terminar um relacionamento com alguém amado para agradar o próximo.

 

Que te impedem de crescer.

Outra pessoa que deve ser evitada é aquela que não tem sonhos, não tem ambições e também não permite que as pessoas que estão a sua volta as tenham. Elas geralmente não celebram suas conquistas, não te incentivam e ainda menosprezam seus avanços. Lembre-se, se você quer ter sucesso em uma área, é preciso andar com pessoas que compartilham dos mesmos sonhos.

 

Que te procuram apenas quando precisam de ajuda.

Você já teve ter passado por dificuldades financeiras ou ajudado alguém que precisou de algo. Mas tem pessoas que só lembram do seu número de telefone quando precisam de dinheiro, conselho ou até mesmo de uma oração. Lembro como se fosse hoje, quando liguei para um pastor amigo meu, para reclamar da vida. Ele me disse: “Douglas você só me liga para contar seus problemas, pense melhor, será que o problema não é você?”. Daquele dia em diante, percebi que precisava compartilhar meus momentos felizes e de conquistas. Dizer não, muitas vezes são as melhores palavras a serem ditas.

 

Que não conhecem limites.

Na vida, pessoas que não têm limites, não tem um final feliz, isso porque, são pessoas que não estão nem aí para o que as outras pessoas valorizam, nem se importam com isso. Entendo que os limites são necessários para promover a saúde e o bem-estar emocional de qualquer relação. Os limites nos ajudam a definir regras para nós mesmos. Na outra ponta, a falta de limites também abre portas para que outras pessoas tomem decisões em nosso lugar, determinem os seus pensamentos, se intrometam em assuntos íntimos e tentem mudar quem somos. Neste caso se aplica a frase do profeta Amós (3.3): “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” ou seja, relacionamentos precisam de limites (acordos) claros para ambas as partes.

 

Que te idolatram.

Talvez a pior características das pessoas entre as citadas neste artigo é justamente aquelas que nunca veem defeitos em nós, que nunca nos dizem “não”. Esse é também o principal erro dos pais em relação a educação dos filhos. Quando nossas falhas e erros não são confrontados caímos no erro de perder a referência. Viramos pessoas sem limites.