Vereadores barram pedido de investigação de assédio contra vice-prefeito; entenda
Requerimento que pedia a abertura de um procedimento investigatório foi rejeitado por 5 votos a 3.


A Câmara de Vereadores de Rio Negro arquivou um requerimento que pedia a abertura de um procedimento investigatório por assédio sexual contra o vice-prefeito Alessandro von Linsingen (PP).
Com cinco votos contrários e apenas três a favor, o requerimento 21/2024, pautado em um processo de sindicância, realizado pela Prefeitura, foi rejeitado na sessão desta terça-feira (25).
Além de Ricardo Furquim (PL) e Isabel Cristina Grossl (Republicanos), autores do requerimento, também votou a favor o vereador Odair Pereira (PL).
Contrários ao processo, votaram: João Alves (PP), João Pedro de Amorim (PP), Luis Boschetto (PSDB) Marcelo Wotroba (União Brasil) e Maria Célia Conte (União Brasil).

Veja o que disse cada vereador:
– Ricardo Furquim: Um dos autores do requerimento destacou que a investigação pela Casa daria, ao vice-prefeito, oportunidade de se defender melhor. “Ele alegou que, durante o processo de sindicância da Prefeitura não teve direito de uma melhor defesa. Como os fatos vieram até nós, respeitando o sigilo, entendemos por bem oportunizar uma melhor defesa. E, também, para que essa Casa não fique silenciada diante da situação, trazida até nós, inclusive por ele próprio”, comentou.
– Isabel Cristina Grossl: Também autora do requerimento, a vereadora defendeu a averiguação dos fatos. “Foi trazido para essa Casa uma CPI, encaminhada pelo Executivo, onde temos um relato de uma servidora. Como se trata de agente político, deve ser averiguado pela Câmara de Vereadores”, frisou.
– Luis Boschetto: Contrário ao requerimento, o vereador disse ser favorável a investigação pela Polícia Civil. “O fato aconteceu em 2022, e só agora foi sair. Como foi encaminhado ao Ministério Público, que encaminhou à Polícia Civil, que vai fazer essa investigação, eu acho que não cabe a nós investigar. Se ele for culpado, com certeza vamos abrir uma comissão processante para executar os fatos. Se ele dever, ele vai pagar. Isso é mais uma perseguição política”, pontuou.
– João Pedro de Amorim: O vereador concentrou sua fala em questionamentos ao prefeito James Valério, lendo, inclusive, algumas de suas publicações em redes sociais. “Essas postagens deixam claro que a intenção é destruir a reputação do vice-prefeito; influenciar na decisão de votos dos eleitores rionegreneses e impedir o Alessandro que seja representante da sociedade”, comentou. Amorim também trocou farpas com Furquim, ao usar a expressão “chefe de vocês”, ao se referir ao prefeito.

– João Alves: O vereador chamou atenção para a data dos fatos, com relação a proximidade do período eleitoral. “A gente vê que tudo isso aí se chama perseguição política. Vamos trabalhar de cabeça erguida. Se tiver testemunha mentindo, tem que se complicar. Eu vejo como uma acusação leviana. Quem merecer, que assuma o comando de Rio Negro. Assim como aqui, quem merecer, vai voltar nessa cadeira, quem não merecer, tchau-tchau”, destacou.
– Maria Célia Conte: A vereadora fez a leitura de um logo discurso, em resumo, argumentando o pedido, que classificou como político. Ela também citou um ofício recebido na sexta-feira, encaminhado pelo Executivo à Procuradora da Mulher de Rio Negro, o qual classificou como como “pressão”. “A polícia está investigando, precisamos do resultado de lá, para nós nos posicionarmos”, disse.
– Marcelo Wotroba: “Só pode ser perseguição política. Por que a denunciante não foi na delegacia?”, iniciou, argumentando. O vereador também falou que existem outras coisas, que considera mais importantes, para se preocupar. “Essa é a minha posição, e que essa CPI não vá para frente”, finalizou.
– Élcio Colaço: Embora sem votar, o presidente da Casa destacou que o assunto que exige cautela. “É importante que a gente pudesse dar oportunidade para refazer todo aquele trabalho da sindicância, através de um processo de investigação aqui na Câmara. Sei que é polêmica a situação”, disse.
O vereador Odair Pereira votou a favor da investigação, mas não se manifestou no plenário.
Assista a sessão na íntegra