“O chimarrão conecta famílias e une pessoas”: a tradição que atravessa gerações
Inédito na região, Riomafra Mix realiza segundo concurso cultural de chimarrão no dia 21. Inscrições são gratuitas.


O chimarrão é muito mais do que uma bebida tradicional do Sul do Brasil, é um símbolo cultural que une gerações. Com seu sabor amargo e uma ritualística única, a bebida é apreciada tanto no inverno rigoroso quanto no calor escaldante, refletindo a força da tradição gaúcha que atravessa gerações.
A mafrense Heloisa do Livramento Skonieczny, vencedora do primeiro concurso de chimarrão do Riomafra Mix, realizado em 2019, conta que o chimarrão é uma paixão que começou na infância e se tornou uma rotina diária. “Desde criança, com meu pai e minha mãe, o chimarrão já estava presente. Meu pai me ensinou a fazer as primeiras cuias e, com o tempo, fui aperfeiçoando. O que eu mais gosto do chimarrão é a forma como ele conecta famílias e une pessoas. É o momento de conversar enquanto a cuia vai passando”, explica.
Em uma época onde a correria do dia a dia muitas vezes desconecta as pessoas das tradições, Heloísa reflete sobre como manter esta prática viva. “Às vezes, pecamos por estar tomando chimarrão com o celular ao lado. O correto mesmo é tirar um tempo para ir à casa de outra pessoa ou receber alguém para sentar e conversar. Lá em casa, paramos para tomar chimarrão, pelo menos, uma hora por dia. É o momento de conversar, organizar a semana e passar um tempo com a família”, conta.
A mafrense também se preocupa com a preservação da tradição entre os jovens. “Vejo que os jovens do interior ainda seguem a tradição. Na cidade, é raro. No serviço, os mais antigos tomam, mas os jovens não querem. Acho importante estimular as crianças, desde cedo, a tomarem o chimarrão para que a tradição continue”, destaca.
A paixão de Heloísa pela bebida também se reflete em sua coleção de cuias. “Tenho 9 cuias diferentes. Recentemente, fomos ao Rio Grande do Sul e compramos uma cuia de vidro que eu queria desde o concurso de 2019. Um colecionador deve resistir à tentação de comprar cuias e enfeites, mas é difícil. Sempre levamos uma para casa”, revela.
A decoração do chimarrão é outra forma de Heloísa expressar sua paixão pela bebida. “Quando faço o chimarrão invertido, sempre coloco um enfeite. No tradicional, geralmente só a erva e a água. O chimarrão invertido dá uma base maior para decorar, então uso e abuso dos enfeites”, explica.
Para manter viva a tradição do chimarrão em Riomafra, o Concurso Cultural de Chimarrão do Riomafra Mix está de volta. A segunda edição acontece no dia 21 de julho (domingo) e está com inscrições abertas e gratuitas. O evento será realizado às 14 horas no Parque Ecoturístico São Luís de Tolosa, o popular Seminário, em Rio Negro, com o patrocínio oficial da erva-mate Tupan. O primeiro colocado receberá R$ 1 mil, o segundo R$ 600, e o terceiro R$ 400.
As inscrições podem ser feitas neste link.
Confira o regulamento