Lavagem de dinheiro: Polícia do RJ encontra ligação do Comando Vermelho em Mafra
Mafra está entre as 10 cidades onde o Ministério Público e Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriram mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (17), através da Operação Overload 2.

Após cinco anos de investigação, o Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro identificaram um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico de drogas do estado carioca, com ligação em Mafra.
O esquema foi alvo da Operação Overload 2, deflagrada nesta quinta-feira (17), com mandados de busca e apreensão em Mafra e outras nove cidades: Campo Grande (MS), Ponta Porã (MS), Curitiba (PR), Araucária (PR), Guarapuava (PR), Ponta Grossa (PR), São José dos Pinhais (PR) e Belo Horizonte (MG).
De acordo com a força-tarefa da operação, foram movimentados R$ 200 milhões em pouco mais de um ano, através de 35 CNPJs e 10 CPFs. As ordens partiram de dentro dos presídios.
Além dos mandados, a 1ª Vara Criminal Regional de Madureira também determinou o bloqueio de contas bancárias ligadas ao esquema.
De acordo com a polícia, a lavagem ocorria quando o dinheiro das atividades criminosas era depositado nas contas dessas empresas e “transformado” em salários ou lucro, gerando uma aparência de legalidade.
“No transcorrer da investigação, foram detectadas inúmeras negociações de vendas de armas e drogas pela organização criminosa, sendo identificadas diversas contas bancárias envolvidas na transação”, informou a polícia.
De acordo com delegado Pedro Brasil, muitas dessas empresas de fachada foram “abertas” em áreas de fronteira, como no Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. “Essa localização é estratégica, porque facilita o fluxo do dinheiro e do fornecimento de armas e drogas”, explicou.
O estopim das investigações foi a apreensão de um celular pertencente a um integrante da facção criminosa em 2014.
“Um relatório de interceptação telefônica revelou diversas mensagens entre criminosos onde foram indicadas ao menos 28 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, que serviam para ocultar, circular e dissimular a origem do dinheiro obtido ilicitamente pela organização criminosa através do tráfico de drogas e armas”, afirmou o Ministério Público.
Operação Overload 1
Nove pessoas foram presas em junho de 2015, durante a primeira fase da operação.
Na ocasião, foi apurado que o faturamento mensal da quadrilha somente na Baixada Fluminense ultrapassou mais de R$ 7 milhões – dos quais R$ 1,5 milhão ia para os chefes.
A Justiça condenou 61 traficantes da cúpula do Comando Vermelho – entre eles, chefes que agiam de dentro de presídios federais.
Operação Overload 2
A Operação Overload 2 é uma parceria da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional, 25ª DP (Engenho Novo) e Delegacia de Combate às Drogas, com apoio do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Com informações da Rede Globo