Parábolas para refletir e pensar na vida
Os textos “Os pregos e a paciência”, “Combater a causa” e “A verdade” trazem reflexão para o final de semana.

Os pregos e a paciência
Esta é a história de um menino que tinha um mau caráter. Seu pai lhe deu um saco de pregos e disse-lhe que cada vez que ele perdesse a paciência, deveria pregar um prego atrás da porta. No primeiro dia, o menino pregou 37 pregos atrás da porta. Nas semanas que seguiram, à medida que ele aprendia a controlar seu gênio, pregava cada vez menos pregos atrás da porta.
Com o tempo descobriu que era mais fácil controlar seu gênio do que pregar pregos atrás da porta. Chegou o dia em que pode controlar seu caráter durante o dia. Depois de informar seu pai, este lhe sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter.
Os dias se passaram e o jovem pôde finalmente anunciar a seu pai que não havia mais pregos atrás da porta. Seu pai o pegou pela mão, levou-o até a porta e lhe disse: Meu filho, vejo que você teve um trabalho duro, mas veja todos estes buracos na porta. Nunca mais será a mesma. Cada vez que você perde a paciência, deixa cicatrizes, exatamente, como as que você vê aqui. Você pode insultar alguém e retirar o insulto, mas dependendo da maneira como fala, o efeito poderá ser devastador e a cicatriz ficará para sempre.
Combater a causa
Sentados à beira do rio, dois pescadores seguram suas varas à espera de um peixe. De repente, gritos de crianças trincam o silêncio. Ambos se assustam, olham em frente, olham para trás.
Os gritos continuam e nada. Vêem então que a correnteza trazia duas crianças, pedindo socorro. Os pescadores pulam na água. Só conseguem salvá-las à custa de grande esforço. Mais berros quando estão prestes a sair do rio. Notam quatro crianças debatendo-se, tentando salvar suas vidas. Só conseguem resgatar duas e sentem, além do cansaço, a frustração pela perda.
Não refeitos, ofegantes, exaustos, escutam uma gritaria ainda muito maior. Desta vez, oito pequenos seres vêm sendo trazidos pela correnteza. Um pula na água, o outro vira-se rumo à estrada que acompanha a subida do rio.
O amigo que pulou na água grita:
– Você enlouqueceu, não vai me ajudar?
Sem parar o passo, o outro respondeu:
– Tente fazer o que puder. Vou verificar por que as crianças estão caindo no rio.
Combater o efeito é ser eficiente, mas combater a causa é ser eficaz.
A verdade
Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome. E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas. Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada. Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.
– Verdade, por que você está tão abatida? – perguntou a Parábola.
– Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! – respondeu a amargurada Parábola.
– Que disparate! – Sorriu a Parábola. – Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.
Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.
Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.