Robson Komochena

Cotidiano, política e a história de Rio Negro, Mafra, Itaiópolis e região sob o olhar polêmico e irreverente do jornalista.

“Dormi prefeito, acordei palhaço”

A história do jornalista Manoel de Menezes após ser derrotado nos anos 50 quando disputou a Prefeitura de Florianópolis é clássica.

A história do jornalista Manoel de Menezes após ser derrotado nos anos 50 quando disputou a Prefeitura de Florianópolis é clássica.

 

Acontecimentos, propostas e candidatos bizarros sempre fizeram parte do cenário político nacional. E mundial, pode-se dizer. Esta é uma história que já contei na véspera de várias eleições e, mantendo o costume, divido novamente com meus leitores.

 

Em Santa Catarina, a história do jornalista Manoel de Menezes – pai do colunista e meu amigo Cacau Menezes, polêmico comunicador do Grupo ND – é única, lembrada até hoje nos discursos de muitos candidatos.

 

Na década de 50, quando disputou a Prefeitura de Florianópolis, na noite da apuração dos votos (naquele tempo, em cédula, contados manualmente), o então candidato estava praticamente com a eleição ganha, segundo as parciais divulgadas pelo rádio. Fato que fez o jornalista dormir tranquilo na noite de domingo.

 

Na manhã de 4 de outubro de 1956, ainda de ressaca do pileque que havia tomado na noite anterior para “comemorar” a suposta vitória na eleição, Manoel de Menezes passou pelo Tribunal de Justiça, onde ocorria a apuração dos votos.

 

Porém, durante a madrugada, a vantagem mudou, e na manhã de segunda-feira o resultado das urnas deu a ele o terceiro lugar, sagrando seu adversário, Osmar Cunha como prefeito da capital.

 

Além do segundo porre que certamente tomou – dessa vez para afogar as mágoas – Manoel de Menezes, na época dono do jornal A Verdade, estampou em sua primeira edição após as eleições, a gozadora manchete histórica, em letras garrafais: “Dormi prefeito, acordei palhaço”.

 

Inconformado com o resultado das urnas, ainda desabafou no papel: “Hercílio Luz é que tinha razão quando dizia ‘O povo quer é banda de música e depois chicote’”, criticando os eleitores que trocavam ou “vendiam” o voto.

 

Não entrou para a Prefeitura, mas para a história.

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