Retrospectiva 2020: desafios e incertezas em um ano de pandemia

A pandemia foi, sem dúvida, a ocorrência mais marcante do ano e sua dimensão repercutiu em vários aspectos, na saúde, sociedade e economia.

 

 

O ano de 2020 foi um ano desafiador e talvez não deixe saudades. Em março, a população foi surpreendida por uma ameaça mundial, o coronavírus.

 

A pandemia foi, sem dúvida, a ocorrência mais marcante do ano e sua dimensão repercutiu em vários aspectos: na saúde, sociedade e economia.

 

Os primeiros casos de covid-19 ocorreram ainda em 2019, em Wuhan, na China. A ameaça parecia distante, mas logo, em fevereiro de 2020, já havia se espalhado por todo o mundo. Foi em março que a Organização Mundial de Saúde decretou a existência de uma pandemia e o mundo se viu diante de um caos.

 

Aos poucos, várias cidades brasileiras aderiram ao isolamento social. Os eventos foram cancelados, o comércio fechou, as aulas foram paralisadas e as empresas tiveram que trabalhar remotamente, sem muitos planejamentos.

 

O novo cenário trouxe graves consequências para vários setores e grandes mudanças no comportamento da população.

 

Primeiros casos

O primeiro caso de covid-19 no Brasil foi em 26 de fevereiro. O paciente era um homem de 61 anos que viajou à Itália e deu entrada no Hospital Albert Einstein, no dia seguinte.

 

Em Rio Negro, o primeiro caso de covid-19 foi registrado em 26 de março. Já em Mafra, o primeiro caso foi em 4 de abril e em Itaiópolis em 17 de abril.

 

Diante das notícias avassaladoras, a população correu para garantir equipamentos de proteção individual básicos, como máscaras e álcool em gel. A falta dos produtos atingiu farmácias e mercados e os preços abusivos começaram a ser denunciados pelos consumidores.

 

No Brasil, a primeira morte por covid-19 aconteceu em 17 de março, em São Paulo. Já em Rio Negro, a primeira morte foi registrada em 19 de maio; em Mafra, em 11 de julho e em Itaiópolis, em 25 de maio.

 

Redução de salário e jornada e auxílios emergenciais

O governo anunciou em março um programa para reduzir os impactos do desemprego no país diante do cenário de pandemia. O programa permitia que as empresas negociassem com os trabalhadores e reduzissem a jornada de trabalho e salários.

 

Além disso, o governo lançou o auxílio emergencial de R$ 600 para atender trabalhadores informais durante a crise. O valor aprovado foi três vezes maior do que o inicialmente proposto pela equipe econômica, de R$ 200.

 

Falta de leitos

Logo no início da pandemia, autoridades do governo e associações de médicos começaram a emitir alertas sobre a sobrecarga de leitos de UTI. O isolamento tinha como objetivo achatar a curva de expansão da doença e desafogar o sistema de saúde. A preocupação não era somente com leitos, mas com respiradores e kits para teste de covid-19.

 

Transformação digital

Uma das principais mudanças durante a pandemia está relacionada à tecnologia. 2020 foi um ano vivido pelas telas de computadores e celulares em razão do distanciamento social. Com o home office, as chamadas de vídeo se tornaram constantes e as aulas na educação foram readaptadas para o EaD (Ensino à Distância). A internet proporcionou ainda “happy hours” virtuais, shows em formato de live, atendimento médico de forma remota e pagamentos digitais.

 

Além disso, os serviços de delivery ganharam força e passaram a abastecer as famílias com comida, roupas e medicamentos. O faturamento de lojas online teve a maior alta em 20 anos e os grandes varejistas precisaram se adaptar ao comércio eletrônico para sobreviver.

 

Saúde mental

A pandemia do coronavírus também gerou mudanças no funcionamento da sociedade. Com o aumento de casos e mortes, com a insegurança econômica e com a falta de contato humano, a saúde mental de muitas pessoas foi afetada.

 

Segundo a ONU, uma crise global de doenças mentais, como ansiedade e depressão, atingiu milhões de pessoas em todo o mundo. O relatório destaca que os principais atingidos foram crianças e jovens isolados, bem como os próprios profissionais de saúde que precisaram lidar com a rotina desenfreada nos hospitais e com a morte de inúmeros pacientes infectados.

 

A polêmica da cloroquina

Em abril, a cloroquina virou o foco do debate no Brasil sobre as formas de combater o coronavírus. O remédio, usado para curar sintomas da malária, foi considerado por alguns médicos e pesquisadores como a única esperança de tratamento para a covid-19.

 

A discussão sobre o seu uso ganha contornos políticos: apoiadores de Bolsonaro passam a ser majoritariamente favoráveis ao remédio, enquanto detratores do presidente se manifestam contra o seu uso.

 

Segunda onda

A segunda onda de covid-19 veio repentinamente com o aumento de casos em todo o mundo. Países, estados e municípios precisaram voltar a decretar medidas de contenção e isolamentos. Em Riomafra e Itaiópolis, as prefeituras adotaram medidas mais rígidas de contenção ao vírus, visto que o número de casos confirmados e mortes segue aumentando em toda a região.

 

Corrida pela vacina

Apesar da crise instaurada, uma esperança surgiu com a corrida em busca de uma vacina. Desde o início da pandemia, empresas e laboratórios trabalharam incansavelmente para encontrar um imunizante eficaz. A partir de agosto, a Rússia anunciou que foi o primeiro país a aprovar uma vacina contra a covid-19. Em novembro, os testes da fase 3 de vacinas em todo o mundo começaram a demonstrar resultados. Mas foi só agora em dezembro, que autoridades britânicas aprovaram a vacina da farmacêutica americana Pfizer, que permitiu o início da vacinação aos grupos prioritários.

 

No Brasil, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três acordos, mas até o momento, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Um ano inimaginável

2020 foi um ano atípico e de muitas mudanças. Apesar de todos os problemas, a crise fez a maioria das pessoas repensar a vida e buscar alternativas para situações novas.

 

A pandemia também trouxe histórias de perda, cura e superação; e deu foco a grandes heróis, como cientistas e profissionais de saúde. São nos momentos de medo e incertezas, que a evolução e a esperança prosperam.