“Mulheres Que Inspiram”: Ginecologista fala sobre métodos contraceptivos e saúde feminina

Para a ginecologista, Andréia de Deus Bueno, muitas doenças e problemas que afetam as mulheres podem ser evitados através de cuidados básicos e a realização de exames preventivos.

 

Ao longo da vida, as mulheres passam por muitas transformações físicas, emocionais e hormonais. Segundo a obstetra e ginecologista, Andréia de Deus Bueno, a maioria das doenças e problemas que afetam as mulheres pode ser evitada por meio de cuidados básicos, que envolvem desde uma boa alimentação até o monitoramento dos níveis hormonais.

 

Mas quais são os principais cuidados com a saúde da mulher? A profissional participou da série “Mulheres Que Inspiram”, transmitida pelo Riomafra Mix. Para saber, assista o vídeo:

 

 

Qual a importância do exame ginecológico preventivo?

O exame ginecológico também é conhecido como papanicolau. Ele é indicado a partir do momento que a mulher passa a ter relações sexuais, independentemente da idade. O exame é simples e rápido e colhe células do colo do útero para análise em laboratório. O seu principal objetivo é prevenir contra o câncer de colo de útero e deve ser feito pelo menos uma vez ao ano.

 

Quais os métodos contraceptivos mais comuns e como funciona o planejamento reprodutivo da mulher?

Todas as pessoas devem ter direito a fazer sua escolha reprodutiva e de ter acesso a informações seguras. As decisões sobre métodos contraceptivos precisam ser tomadas em conjunto com a paciente. Na nossa cultura, o uso da pílula anticoncepcional ainda é muito comum. Porém, estudos mostram que este método nem sempre é ideal para algumas pacientes, pelo risco de contraindicações.

 

A pílula não é indicada caso a mulher tenha enxaqueca, histórico de trombose e varizes, se é fumante, se tem hipertensão ou diabetes, ou se possui familiares com histórico de câncer de mama. O uso prolongado da pílula também pode prejudicar o organismo e causar efeitos colaterais, como queda de libido e disposição.

 

Sobre os métodos contraceptivos, nenhum é 100% eficaz. Segundo estatísticas, a cada mil mulheres que fazem uso destes métodos, o risco de gravidez ocorre da seguinte forma:

– Implante hormonal: 0,5% corre o risco de engravidar;

– DIU: duas correm o risco de engravidar;

– Laqueadura: três correm o risco de engravidar;

– DIU de cobre ou prata: oito correm o risco de engravidar;

– Pílula anticoncepcional: 90 correm o risco de engravidar;

– Camisinha: 180 correm o risco de engravidar;

– Coito interrompido: 320 correm o risco de engravidar.

 

Quais as doenças mais comuns e que geram mais dúvidas no consultório?

A endometriose é um bom exemplo. A doença é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo, causando fortes cólicas, infertilidade, dores no período menstrual e dores nas relações sexuais. A terapia hormonal pode aliviar os sintomas de modo parcial ou completo em muitas pacientes por vários anos, mas não há uma cura para o problema.

 

Outra dúvida frequente está relacionada aos miomas, que são nódulos benignos no útero, formados por algum estímulo hormonal. Esses miomas podem crescer e causar cólicas e sangramento.

 

A TPM, tensão pré-menstrual, também é um assunto frequente entre homens e mulheres. Antes do período menstrual, ocorre a queda dos hormônios e isso causa alterações constantes de humor e irritabilidade. A gente pode ajudar a mulher a passar por este período, seja com algum método hormonal, com hábitos alimentares ou com a prática de exercícios.

 

O ovário policístico é outra síndrome bem comum, principalmente entre adolescentes; e é responsável por causar acne e oleosidade na pele e no cabelo. Este cisto nos ovários também pode gerar um processo inflamatório no corpo e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

 

Por fim, temos a menopausa, período em que começam a baixar os hormônios da mulher. A falta deles causa sintomas como calor, sudorese, irritabilidade, variação de humor, aumento de peso, falta de disposição e libido. A menopausa ocorre após os 40 anos e é possível passar por ela, de forma amena, através de métodos de reposição hormonal.

 

Quando a mulher deve procurar um ginecologista?

As avaliações devem ser constantes, mas é importante estar atenta a alguns sinais, como qualquer irregularidade no ciclo menstrual, atrasos e sangramentos durante o ciclo. Há outros sinais de alerta como corrimento vaginal, coceira, ardência e dor na relação sexual. Também é importante estar atento ao câncer de mama e procurar um especialista caso perceba um nódulo ou caroço no seio.