Empresários contam trajetória de sucesso e superação

Considerado um dos trabalhos mais antigos do mundo, o comércio é uma atividade extremamente importante para o desenvolvimento econômico do país

Nesta quinta-feira (16), foi comemorado o Dia do Comerciante. Considerado um dos trabalhos mais antigos do mundo, a data visa homenagear todos os profissionais que trabalham na área. E de acordo com o CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Mafra e Rio Negro), seja na venda de produtos ou serviços, a atividade é extremamente importante para o desenvolvimento econômico do país.

 

E para conhecer um pouco mais desta profissão, fomos ouvir a história de três comerciantes riomafrenses e a trajetória de sucesso e superação de suas empresas.

 

 

Sallai Moda Masculina
Para o proprietário da Sallai Moda Masculina, Marcelo Sallai, loja que como o nome já diz é especializada em moda masculina e que acaba de completar 35 anos de história, todas as empresas passam por desafios semelhantes, seja na estruturação do negócio, na credibilidade, no desenvolvimento da clientela ou na parceria com fornecedores.

 

“Quando você fideliza o público, o desafio é se manter dentro dos padrões de rentabilidade e faturamento. Naturalmente, há outros desafios constantes ao empresariado brasileiro que são os períodos de crise, mas tentamos sempre manter essa cordialidade com o cliente e uma parceria de credibilidade com os fornecedores”, diz.

 

Ainda segundo Marcelo, a pandemia trouxe novos desafios, principalmente após a suspensão do segmento de eventos em função das medidas restritivas de convívio social. Mesmo com as vendas paradas para esse público, a loja investiu para fortalecer a marca e se posicionar frente o consumidor, assim, quando os eventos voltarem, a empresa espera ser reconhecida como a primeira opção em trajes sociais. 

 

“A concorrência é sempre muito bem-vinda. A gente aprende com os concorrentes, aprende a se reinventar e esse é o desafio de qualquer atividade. A partir do momento que o concorrente consegue dar uma opção melhor e com a mesma qualidade e credibilidade para o seu cliente, você corre o risco de perdê-lo. Por isso, a gente procura manter o nosso padrão de qualidade em termos de produto, prestação de serviço e atendimento. Esse é o diferencial da Sallai. Mesmo quando a gente atinge um novo patamar, nós buscamos inovar ainda mais para não estagnar. Não podemos nos acomodar”, pontua. 

 

Na visão de Marcelo, a questão tributária é sempre um desafio para qualquer empreendedor e em qualquer atividade. 

 

“Participamos do Dia Nacional Livre de Impostos e comercializamos online produtos sem tributação para alertar as autoridades para essa alta carga tributária e para mostrar ao consumidor quanto ele paga de imposto no produto que ele adquire. Nós, enquanto empresários, precisamos mostrar para nossas autoridades fiscais que se a carga tributária for reduzida, o poder de consumo do cliente aumenta, proporcionando mais produção, maiores taxas de emprego e consequentemente, maior recolhimento de impostos”, alerta.

 

 

Loja A Passarela
Aos 36 anos, o jovem empresário Carlos Eduardo Kotowicz comanda o time da Loja A Passarela, atualmente são duas lojas em Riomafra que empregam 7 funcionárias.

 

O empresário conta que a empresa iniciou com os pais no bairro Bom Jesus, em Rio Negro, e, há 6 anos teve a oportunidade de abrir a loja nos moldes de uma franquia da Malwee. Nesta época ele e a esposa moravam em Curitiba, mas deixaram a carreira profissional na capital para empreender aqui.

 

“Como deu certo de abrirmos a loja, mudamos de cidade e passamos a ter uma vida muito mais tranquila. Em Curitiba perdíamos uma hora e meia para ir trabalhar, mais duas horas para voltar, hoje eu moro a poucos metros da loja e em um minuto estou em casa”, conta. 

 

Segundo Carlos, com a pandemia a loja passou a vender online e disponibilizar o serviço de delivery e isso impulsionou as vendas em ambas as lojas.

 

“Quem tem um negócio é quem sabe. A gente vê uma loja e não imagina o quanto de encargo tem por trás. Então acho que o mais difícil é se manter com toda essa carga. Por outro lado, durante a pandemia, o governo dificultou as coisas para o empresário. O máximo que ele fez foi jogar dois meses de dívidas para frente, não deu isenções e para conseguir os financiamentos foi quase impossível” pontua.

 

Em relação à concorrência, o empresário acredita que todos devem se ajudar e o mercado está disponível para todos. 

 

“Uma coisa que ajudou muito nosso negócio foi a experiência que veio do meu pai. A gente vê que as empresas fecham principalmente por falta de fluxo de caixa. Eu tive a sorte de ter a ajuda dele”, diz

 

 

Imobiliária Sá Ribas e Jair Beninca
Fundada em 1992, a Imobiliária Sá Ribas e Jair Beninca, é outro exemplo de comércio bem-sucedido de Riomafra. Segundo o corretor de imóveis Lourival de Sá Ribas Junior, a empresa foi fundada pelo pai, e aos 18 anos, ele já o auxiliava. Depois do falecimento do patriarca, Sá Ribas assumiu o comando da empresa na virada do século, no ano 2000. Seis anos depois veio a parceria com o corretor de imóveis Jair Beninca e de lá para cá a empresa só evoluiu.

 

“No início da profissão, rolam algumas incertezas até você entender o mercado e saber como funcionam as coisas. No meu caso, ainda tinha dúvidas do que eu gostaria de ser profissionalmente. Depois que passei pela crise da adolescência, veio a parte de assumir a imobiliária sozinho após a morte do meu pai e com esse desafio vieram muitos outros”, diz.

 

Segundo Sá Ribas, algo que sempre esteve alinhado com o DNA da empresa foi o associativismo, seja visitando outros colegas de profissão, participando de conselhos de classe ou como associados dos órgãos empresariais, como CDL e ACIM.

 

“Graças a Deus nunca tivemos problemas trabalhistas. Já a carga tributária afeta todo mundo, principalmente na ampliação de negócios. Como pessoa jurídica, nós temos impostos para pagar. Só que quando o imposto afeta o meu cliente, afeta a mim também. O mercado é um efeito dominó. Talvez as pessoas fizessem mais investimentos imobiliários se sobrasse mais dinheiro para elas gastarem. O governo fica com uma fatia muito alta da carga tributária”, pontua.

 

Sá Ribas também vê com bons olhos a concorrência que para ele é natural é sadia. 

 

“Acredito que as pessoas quando têm um mercado muito fechado, ficam numa zona de conforto muito grande. Aprendemos muito com a concorrência, inclusive tenho grandes amigos corretores aqui. Eu trabalho desde os 14 anos e tenho uma forma evolutiva de trabalhar e quando chega um corretor novo, ele vai trazer uma experiência diferente e uma nova bagagem. A gente também vai aprendendo com eles e analisando a forma como trabalhamos. Riomafra realmente tem muitas imobiliárias com ótimos corretores, competentes e éticos”, observa.

 

Valorização
Ainda segundo Sá Ribas, as empresas e os comerciantes estão fortes neste período de pandemia, mesmo diante de tantas dificuldades, tais como as altas alíquotas de tributos, impostos, burocracia e a própria questão da pandemia e com ela o receio e as incertezas.

 

“Precisamos enaltecer e parabenizar nossos comerciantes. Mafra é diferente de outros municípios. A gente sabe de muitos que estão passando por dificuldades financeiras, mas as pesquisas mostram que nosso mercado está reagindo e trabalhando. Essa superação de empresários e comerciantes precisa ser celebrada porque eles estão batalhando diariamente, mantendo empregos e cumprindo as normativas de saúde contra o covid-19”, finaliza.