Um ano depois. Família de jovem que morreu durante a Festa das Etnias continua pedindo justiça

“Um ano da sua injusta partida, e nós da família e amigos, queremos justiça”. Com essas palavras, que estampam uma faixa afixada juntamente com uma cruz de concreto na praça Ferroviário Miguel Bielecki, mais uma família aguarda por justiça em Mafra.

O fato aconteceu em 7 de setembro de 2019, quando Wellinton Carlos Trierweiler, 20 anos, saiu de casa para se divertir com amigos na Festa das Etnias e nunca mais voltou. Foram quase três dias de angústia e intensa procura, onde milhares de pessoas se mobilizaram através das redes sociais. Mas, na tarde de 10 de setembro, seu corpo foi encontrado em uma galeria de água próximo do local em que foi visto pela última vez.

Após um ano, o caso ainda segue sem respostas. E nenhum culpado. Em todo esse tempo, a família aguarda o desenrolar do caso, para entender o que teria acontecido com Wellinton.

Na época, alguns boatos falaram sobre suicídio. Segundo os familiares, a hipótese foi descartada ainda nas investigações preliminares.

Em busca de explicações, a família tem contado com assistência jurídica específica sendo representada pelos advogados criminalistas Priscila Maroso e Marcos Paulo Santos.

De acordo com os advogados da família, o Inquérito Policial continua em aberto. No último dia 01 de agosto, foi deferida a prorrogação do seu prazo por mais 120 dias. “Tal fato demonstra que as investigações são complexas e que, em que tese, no tempo que se passou, as autoridades policiais ainda estão buscando novos fatos por meio de diligências”, comentaram.

Embora o inquérito ainda não tenha sido finalizado, tendo em vista que o Ministério Público requereu mais diligências, a Delegacia de Mafra apontou diversos culpados que, por seu ponto de vista, teriam participado para que a tragédia acontecesse, atribuindo responsabilidade tanto no âmbito cível quanto no âmbito penal.

Ainda, segundo os advogados, o processo em âmbito cível está sendo formulado, buscando a responsabilização daqueles que foram apontados pela Delegacia de Mafra como influenciadores da tragédia.

“Queremos que sejam responsabilizados aqueles que forem apontados, tanto criminalmente quando civilmente, de modo a buscar justiça para Wellinton”, diz a mãe.

No momento, a família prefere aguardar o final da investigação e o protocolo da ação cível antes de discutir sobre os possíveis réus da ação.

Conclusão nas próximas semanas

Ao Riomafra Mix, o delegado titular da Comarca de Mafra, Lucas Neuhauser Magalhães, atual responsável pela condução do caso, disse que o procedimento deve ser concluído nas próximas semanas.

“O procedimento já havia sido concluído em abril e retornou à Delegacia por determinação do Ministério Público, com pedidos de diligências complementares. Foram solicitadas cinco diligências, das quais já cumprimos três”, explicou.

O delegado informou ainda que a Polícia Civil está com efetivo reduzido e evitando enviar algumas intimações devido a pandemia do covid-19.