A arte de educar: professores falam do amor e dedicação à profissão

As professoras Solange Vieira e Vivian Dutra falaram dos desafios da educação em um ano marcado pela pandemia.

 

Marcado por mudanças, o ano de 2020 e a pandemia do coronavírus fizeram com que todos os setores da sociedade passassem por transformações. Com a educação não foi diferente.

 

Como foi possível que as barreiras do distanciamento fossem superadas? A professora Solange Vieira responde de forma simples: dedicação. Ela atua na profissão há mais de 25 anos, na disciplina de História, para o ensino fundamental, e de Didática, para o magistério.

 

Apaixonada por sua profissão, Solange entende que é preciso muito amor com os estudantes para que a educação flua. “É algo que a gente abraça, se dedica. Precisamos estar em constante evolução e aprendizado, junto com os estudantes”, avalia. A professora é formada em Pedagogia e História, por entender a necessidade de especialização e conhecimento atualizado. Hoje, esperando os próximos passos da aposentadoria, Solange não se imagina longe da sala de aula.

 

“Nossa missão como professores é árdua, mas muito prazerosa. Me encaro como semeadora de conhecimento. Precisamos fazer isso com sabedoria e colher os frutos com muita paciência”, conta a educadora.

 

Vivian Dutra, professora de Língua Portuguesa há quatro anos, relata como desde sempre o ensino esteve em sua história. “Lembro muito de quando pequena brincar de ser professora. Acho que se concretizou com a música, que também tem peso importante em minha vida”.

 

A professora relembra que no momento de decidir os próximos passos para a faculdade, Letras se encaixou como uma forma de unir o amor pela música e pela arte de ensinar. Desde então, a educadora conecta-se com os seus alunos em busca de trazer sua disciplina para o cotidiano, tornar atrativo para que eles tenham interesse em aprender.

 

Vivian considera a profissão como parte de uma vocação. “Somos transmissores. É como se devêssemos ser quem abre as portas do conhecimento. Entendo hoje que somos muito mais ponte desse conhecimento do que uma porta, por construirmos juntos todos os dias”.

 

Ensino e pandemia

O covid-19 mudou toda a forma de ensino e, mais uma vez, os professores se viram diante de desafios. Desde o processo de aprendizado remoto, como questões sociais de acesso aos meios digitais, tanto pelos professores quanto pelos alunos. Solange revela que foi difícil o momento da transição para as novas plataformas. “A adaptação foi complicada, tivemos muita ajuda dos professores mais jovens e isso uniu ainda mais as escolas”, afirma.

 

Vivian concorda, e explica que a troca dos professores foi muito rica e positiva para que fosse possível organizar os novos meios de aprendizado. “Tivemos algumas capacitações para poder entender o que faríamos. Os professores mais velhos, com toda a vivência e experiência com os alunos em sala de aula, e nós que temos maior proximidade com as tecnologias. Foi um aprendizado e um desafio mútuo”, avalia.

 

Quando questionadas sobre do que sentiam falta a resposta foi mútua: do contato. “Uma escola sem alunos não é escola. Vê-la vazia hoje é muito triste”, reflete Solange. “Não ouvir os burburinhos nos corredores cheios, ter o contato próximo diário faz muita diferença”, relembra Vivian.