Vítimas de violência doméstica poderão fazer denúncia em farmácias
Em Mafra, a Farmácia Santa Catarina – AC Farma e a Ultra Popular já aderiram à campanha.

Uma campanha promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) vai incentivar vítimas de violência doméstica a denunciarem agressões nas farmácias.
A campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica iniciou na última semana e é voltada para mulheres que têm dificuldade para prestar queixa de abusos, seja por vergonha ou por medo.
Dessa forma, a mulher agredida pode se dirigir até uma farmácia ou drogaria e mostrar um X vermelho na palma da mão para que o atendente ou o farmacêutico entenda tratar-se de uma denúncia e em seguida acione a polícia e encaminhe o acolhimento da vítima.
“A vítima, muitas vezes, não consegue denunciar as agressões porque está sob constante vigilância. Por isso, é preciso agir com urgência”, disse a presidente da AMB, Renata Gil, de acordo com o material da campanha.
Para saber se a farmácia participa do programa, a vítima deve procurar pelo selo da campanha fixado nas instalações.
Em Mafra, a Farmácia Santa Catarina – AC Farma e a Ultra Popular já aderiram à campanha. Os atendentes seguirão uma cartilha preestabelecida para lidar com a situação e não necessariamente serão chamados a testemunhar nos casos.
Se houver flagrante, a PM encaminhará a vítima e o agressor para a delegacia. Se não houver, o caso será repassado à delegacia para os encaminhamentos necessários – boletim de ocorrência e pedido de medida protetiva.
Entre março e abril deste ano, já em meio à pandemia, os casos de feminicídio cresceram 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com um levantamento feito em 12 estados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
No mesmo levantamento, o FBSP apontou queda na abertura de boletins de ocorrência ligados à violência doméstica. Para a entidade, os dados do levantamento demonstram que, ao mesmo tempo em que estão mais vulneráveis durante a crise sanitária, as mulheres têm tido mais dificuldade para formalizar queixa contra os agressores.
Com informações da Agência Brasil.