Entenda por que a data da Páscoa muda todo ano

A Páscoa, assim como o Carnaval, não tem uma data fixa como outros feriados do país —e uma coisa está totalmente relacionada à outra. Para definir a data do Carnaval, antigamente uma folia pagã, é preciso saber em que dia será a Páscoa, data que entre os cristãos marca a ressurreição de Jesus Cristo.

O Carnaval foi incorporado no calendário católico para designar a véspera da Quarta-Feira de Cinzas, dia que começa a abstenção de carne entre os católicos — que dura 40 dias. Ou seja, a festa marca o período de liberdade anterior à Quaresma, que vai até a Sexta-Feira Santa, dois dias antes da Páscoa.

Em 325 d.C., um grupo de bispos cristãos se reuniram na cidade de Nicéia, onde hoje fica Iznik, na Turquia. Nesta ocasião, que ficou conhecida como Primeiro Concílio de Nicéia, foi definido o cálculo da data da Páscoa, que também é chamado de Computus, termo originário do latim.

A partir de então, a Páscoa cristã começou a ser comemorada sempre no primeiro domingo após a lua cheia depois do equinócio vernal, também conhecido como equinócio de primavera do hemisfério norte ou equinócio de outono no hemisfério sul. Isso significa que a data da celebração pode acontecer entre os dias 22 de março e 25 de abril.

O equinócio é um fenômeno que ocorre quando nenhum dos hemisférios, norte e sul, da Terra está inclinado em relação ao Sol. Dessa forma, os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador, emitindo a mesma quantidade de luz nos dois hemisférios. Isso faz com que o dia e a noite tenham a mesma duração (12 horas cada).

Uma curiosidade é que os extremos deste período de equinócio, ou seja, as datas 22 de março e 25 de abril, são as que menos possuem chance de ser o dia da Páscoa. Por exemplo, a última vez em que a festa foi comemorada em 22 de março foi no ano de 1818, mas a data só deve voltar a celebrar a Páscoa em 2285. Isso significa um intervalo de 467 anos entre as duas vezes que a festividade aconteceu nesta página do calendário.