“Um dos desafios para tornar o inverno de SC conhecido é avançar com a relação de infraestrutura”, diz Evandro Neiva

 

 

Com o encerramento de mais uma Estação Inverno, programa do Governo Estadual para fomentar o turismo na Serra Catarinense, a coluna conversou com o secretário Evandro Neiva sobre o assunto e sobre os desafios e desenvolvimento da pasta.

 

Qual o balanço que o senhor faz do Estação Inverno, programa colocado em prática pelo segundo ano consecutivo para estimular o turismo de inverno em Santa Catarina?

Pela primeira vez o Governo do Estado assumiu a responsabilidade do turismo, isso engloba a responsabilidade de falar do inverno como um produto turístico. Durante os últimos anos, o Governo nunca tinha olhado para o inverno como um produto turístico e, assim, como uma estação na qual poderíamos e podemos exigir uma demanda do trade (o setor privado já vem fazendo isso para diminuir essa validade).

 

O projeto vem atendendo as expectativas para as quais foi criado?

Entendendo tudo isso que vem acontecendo hoje, o Estado de Santa Catarina já tem mais da sua metade de municípios no Mapa Nacional do Turismo. Então, nós temos mais de 150 municípios hoje trabalhando o turismo de forma profissional, com uma secretaria ou com uma diretoria ou com um conselho municipal de turismo. Enfim, nós temos muitos produtos espalhados.

 

O turismo em Santa Catarina cresceu muito nos últimos 10 anos e, se focarmos nele só em uma estação do ano, realmente fica um turismo muito caro ou um turismo em que as contas não fecham. Então, a ideia do Governo é realmente usar esse momento, trabalhar o estado por completo, em todas as regiões e com as experiências climáticas, dando um norte dessas ações. Nós temos a Estação Verão, já consolidada. Mas, nós temos que sempre atualizar os agentes e agências de viagens, temos que estar trabalhando promocional.

 

Já é possível apresentar números e fazer uma relação com o projeto do ano anterior?

O ano passado nós demos início. Essa é a segunda Estação de Inverno que o Governo está à frente, já bem estruturada. Fizemos uma campanha a nível nacional e estadual muito ampla, principalmente no digital. Nós tivemos mídia aberta, mídia de aeroportos, mídia on-line e offline. Enfim, nós tivemos um alcance de mais de 36 milhões de impactos, de pessoas alcançadas nessa campanha da estação e nós estamos estimulando o trade. É uma campanha do Estado inteiro, em que o ponto focal é a Serra catarinense, pois já temos essa percepção do frio. Muito se trabalha o charme e a gastronomia da Serra, mas lembramos que o frio acontece no estado inteiro. Então, todo o Estado se beneficiará dessa campanha da Estação de Inverno. Isso tem superado nossas expectativas.

 

A gente vem com o planejamento estratégico de médio/longo prazo e a gente vai fazer isso com muito cuidado e muito profissionalismo.

 

O Governo do Estado e Secretaria de Turismo já têm planos para o próximo inverno, há algum projeto traçado para melhorar o turismo na Serra e demais regiões?

O desenvolvimento turístico é muito importante e está muito bem planejado e alinhado, para que todas as camadas possam ter realmente a sua responsabilidade.

 

Assim como um hotel se prepara para receber um turista, o Estado também tem que se preparar. A criação da Secretaria do Turismo veio justamente para alinhar todas as pastas do Governo nessa relação, para o entendimento do que hoje é o turismo. O turismo faz parte de mais de 50 atividades econômicas diretas e mais de 100 indiretas, então, nós temos que saber o que cada camada é responsável para poder contribuir nesse desenvolvimento. O Governador vem trabalhando no programa Estrada Boa, na ampliação da rede trifásica da Celesc, na ampliação da rede da Casan e mais. Tudo isso é infraestrutura. Santa Catarina já é o estado mais seguro do Brasil, com as forças de segurança e o Governador tem buscado melhorar cada vez mais isso.

 

Então, nós temos que fazer a nossa parte de infraestrutura para receber o turista. E trabalharmos na promoção também, pois é um Estado que contempla todas as estações do ano. A gente vem fazendo isso com muita força, recebendo novos projetos, atendendo empresários (catarinenses ou de outros estados) que hoje estão vindo e investindo em Santa Catarina e os ajudando a entender para onde estão sendo direcionados esses novos empreendimentos e esses novos investimentos. Todo esse planejamento está sendo feito e é por isso que estamos colhendo esses números tão expressivos já em um ano e meio de trabalho. A conexão do estado, tanto em voos regionais quanto em internacionais, e o Governador reformando todos os aeroportos do Estado, tudo isso traz uma logística importante para o turismo.

 

É um trabalho amplo, de todo o Governo do Estado, que mostra que o turismo realmente é uma fonte econômica importantíssima. Santa Catarina tem um potencial incrível e temos trabalhado bastante para realçar isso.

 

Em dois anos de Estação Inverno, quais os maiores desafios encontrados?

São dois anos que a gente vem falando de inverno. Um dos desafios é tornar o inverno de Santa Catarina conhecido e avançar com a relação de infraestrutura nesses novos destinos do estado. Nosso estado tem um pouquinho mais de 1% do território nacional e muitos municípios com tradições diferentes um do outro. Cidades que antes não trabalhavam com o turismo, atualmente começaram a investir nessa área. Então, são esses desafios. É ter o estado por completo, entregando infraestrutura para que o empresário também faça a sua parte. Nós estamos num equilíbrio muito importante hoje e temos a certeza de que Santa Catarina, sem dúvida nenhuma, é o estado mais completo do Brasil. Temos muita beleza, novos equipamentos, cultura, gastronomia e cuidamos muito bem das pessoas.

 

Atualmente, quais projetos estão sendo desenvolvidos pela pasta?

Bem, a Setur é uma secretaria recém-criada, porém nós herdamos ali a santur. A gente vem trabalhando muito nessa nova dinâmica, na reorganização da secretaria. Nós estamos muito empenhados na atualização do Estado de Santa Catarina como produto turístico.

 

Santa Catarina não era o que é hoje. Atualizamos todos os audiovisuais e toda a reestruturação das IGRs. Estamos trabalhando num novo conselho turismo do Estado de Santa Catarina que em breve vai para ALESC para ser votado. Estamos finalizando os processos de concessão do Mirante da Serra do Rio do Rastro, do Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, também os estudos pro zoológico que fica em Balneário Camboriú. Estamos muito motivados com todo esse crescimento na nossa malha aérea. Estamos fazendo Road Shows nacionais e internacionais, participando de feiras e atualizando o produto. Santa Catarina é olhada hoje como um estado completo. Então, nós estamos olhando para os municípios que nunca foram vistos dessa maneira pelo governo.

 

Assim, estamos incluindo tudo isso e mostrando que o estado é completo em todas as estações do ano, fazendo com que o nosso turismo se torne cada vez mais dinâmico e que a gente possa diminuir as sazonalidades.

 

Nos últimos meses, o senhor participou, representando Santa Catarina, de uma série de eventos pelo país e no exterior. Quais experiências trouxe disto?

O turismo é um mercado competitivo, deixou de ser algo amador, olhado por alguns governos, para se tornar algo competitivo e profissional. A Catiane, Secretária-Adjunta de Turismo, vem fazendo um trabalho incrível, também, nessa relação dos eventos, das feiras. Nós nos dividimos nessa relação. Isso é muito importante.

 

A gente vem avaliando e, ao mesmo tempo, mudando a maneira como nós estamos indo nas feiras, nos Roadshows, na nossa relação com as IGRs. A gente traz muita experiência desses eventos. Você vê mercados importantes investindo bastante na capacitação do turismo. A gente sempre volta de uma viagem com novidades e, também, com a vontade de acertar cada vez mais e ser mais competitivo nesse mercado que hoje tá tão agressivo, tanto nacional, quanto internacional.

 

Porém voltamos sempre muito motivado desses eventos, porque percebemos que Santa Catarina tem um incrível potencial. Santa Catarina é um destino que não perde nada para nenhum dos melhores destinos do mundo em experiência. Temos experiências diversificadas, culturais e reais. Então voltamos muito motivados para que a gente possa incluir tudo isso no momento certo e promover cada vez mais nosso estado.

 

Como o senhor avalia o trade turístico de Santa Catarina e a forma como os resto do país vê o nosso Estado?

Nosso trade turístico é um trade guerreiro, que já passou por algumas fases: familiar, empresarial, comercial. Com isso, o trade teve um amadurecimento muito grande em todas as suas camadas, desde os serviços mais simples dos equipamentos até os mais sofisticados.

 

Hoje temos uma rede hoteleira que está expandindo bastante, com muitos investimentos em novos hotéis, resorts e equipamentos. Por exemplo, Balneário Camboriú nesses últimos anos teve um boom em relação aos atrativos. Nós temos o melhor parque temático da América Latina, que é o Beto Carrero. Tudo isso faz uma grande diferença, pois estimula novos investimentos (o que tem acontecido). Então, Santa Catarina passa por um bom momento no trade, com esse amadurecimento na relação de serviço que é prestado aos turistas.