Riomafra registra queda de 50% nos casos de violência doméstica após quarentena
Dados em Riomafra se opõem a média nacional que registrou aumento nos casos de violência doméstica.
Riomafra apresentou queda de até 50% nos casos de violência doméstica desde o início do enfrentamento ao coronavírus. O dado foi apontado pelas polícias Militar e Civil de Rio Negro e Mafra e se opõe a média nacional, que é de aumento no que diz respeito à violência contra os grupos vulneráveis.
Segundo informações da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de denúncias de violações contra pessoas socialmente vulneráveis (mulheres, idosos, crianças e pessoas com deficiência) cresceu após o isolamento social. Desde o dia 18 de março, 5256 queixas de violência foram registradas em todo o país.
Em Rio Negro, os agentes policiais estimam uma redução em casos de violência doméstica em torno de 50%, desde o início das regras que orientam ao isolamento social e medidas de distanciamento. Informações da polícia militar dão conta que, comparado ao primeiro quadrimestre de 2019, a redução foi de 40%.
Já segundo informações fornecidas pela delegacia de polícia civil em Rio Negro, que atende também Campo do Tenente, Piên e Quitandinha, a violência específica contra a mulher não sofreu aumento nas últimas semanas, mantendo a média de três prisões semanais na região devido à violência doméstica. Situações que envolvem flagrante de todas as naturezas continuam sendo atendidas pelos policiais civis e outros tipos de registros podem ser realizados através do portal da Delegacia Eletrônica, no website da Polícia Civil do Paraná.
Em Santa Catarina, o aplicativo PMSC Cidadão conta com ferramentas para acionamento emergencial da polícia por parte das vítimas de violência doméstica já cadastradas no sistema, o chamado “botão de pânico”. De acordo com informações da Polícia Militar de Mafra, desde o início da quarentena, período que compreende entre 16 de março até 16 de abril, 9 casos de violência doméstica foram registrados no município, contra 18 registrados no mesmo período do ano passado – uma queda de 50%.
Na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Mafra, a redução de casos de violência familiar também foi percebida, apesar das estatísticas adotadas tratarem de dados anuais. “A circunstância de conviver mais com a família (esposa e filhos) desenvolve empatia, aliado ao fato de não haver interferências externas como bebidas alcoólicas, festas e outras situações que geram intrigas entre os conviventes”, pontua o delegado Wagner Valdivino Meirelles.
Para a psicóloga Loriane Heide o período de isolamento social traz à tona a reflexão sobre a importância de se manter os relacionamentos de forma sadia. Para ela, essa se tornou uma excelente oportunidade para se desenvolver um diálogo de qualidade entre os casais. “A empatia, ou seja, o exercício de me colocar no lugar do outro, tentar entender o jeito como o outro vê o mundo, o que ele valoriza, o que o incomoda, o que o deixa feliz, o que o deixa triste e da mesma forma, expressar ao outro, como você vê o mundo com toda certeza aumentará a capacidade de compreensão entre o casal”, pontua.
A terapeuta cita algumas dicas para quem quer aproveitar o período para estreitar laços e desenvolver novos projetos. Dentre elas, algumas estratégias como olhar fotos antigas, observando as mudanças positivas pelas quais ambos passaram, relembrar momentos felizes e momentos superados em conjunto, coisas engraçadas e curiosas que representam a união do casal. “Tons agressivos, palavras grosseiras, deboche, não agregam e geram desconforto. Por outro lado, um diálogo com tolerância e paciência mantém vínculos”, observa.