Familiares de detentos protestam por retomada de visitas no Presídio de Mafra

A Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa afirmou compreender a angústia dos familiares, mas destacou que as medidas seguem o propósito de preservar vidas.

Fotos: Robson Komochena

 

 

Cerca de 10 familiares de detentos realizaram um manifesto no início da tarde desta terça-feira (16), em frente ao Presídio Regional de Mafra.

 

O grupo cobra que a administração da unidade libere as visitas presenciais, suspensas há quase um ano, desde o início da pandemia do covid-19.

 

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“Preso tem família, liberem as visitas”, gritavam os manifestantes, usando o reforço de uma caixa de som. Os manifestantes também carregavam alguns cartazes, com frases “Preso também é ser humano”, “Preso esquecido pelo Estado”, “Atenção na saúde do preso”, entre outras mensagens do mesmo gênero.

 

 

SAP se manifesta

Em nota, a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) afirmou compreender a angústia dos familiares, que estão há quase um ano sem visita presencial. “A SAP também anseia pelo momento em que as visitas serão liberadas, pois isso significará o fim da pandemia. No entanto, a evolução da pandemia no estado, neste momento, não nos permite uma flexibilização nas regras que definem o conceito de muralha sanitária em torno das unidades”.

 

O texto lembrou que uma unidade prisional é um ambiente de internação coletiva, o que potencializa a transmissão do vírus no caso de contágio, e destacou que as medidas são estabelecidas de maneira científica, atendendo a critérios técnicos construídos a partir de intenso e constante diálogo com as autoridades sanitárias, por meio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

 

“A suspensão das visitas sociais e íntimas, assim como as demais ações que constroem o conceito de muralha sanitária no entorno de nossas unidades foram decisivas para a preservação de mais de 200 vidas, se considerarmos o mesmo índice de letalidade do estado para a população carcerária”, explicou a nota.

 

A SAP destacou ainda que, em um universo de 29 mil pessoas, entre internos, servidores, funcionários e prestadores de serviços em todo o Estado, atualmente há 32 casos ativos (22 servidores e 10 internos).

 

Com relação as visitas, a secretaria informou que está disponibilizando equipamentos, rede e serviços para atender de forma compensatória ao contato e à comunicação entre internos e seus familiares, com disponibilização de e-mails e visitas virtuais por videochamadas ou ligações telefônicas (para os casos de familiares que não dispõem de acesso à internet). Ao todo já foram realizadas 107.502 mil visitas virtuais e 109.240 e-mails trocados entre internos e familiares.

 

Por fim, a SAP afirmou respeitar e defender o direito constitucional de livre manifestação, e reiterou sua compreensão pela situação dos familiares, porém, destacou que segue firme no seu propósito de preservar vidas.