Gerente do SESI fala sobre o impacto da pandemia nas indústrias

Segundo Marcelo Olsen, um dos impactos mais evidentes da crise foi a retenção do consumo das famílias, que deixaram de adquirir certos bens e focaram em outros.

 

Em entrevista ao Riomafra Mix, o gerente do SESI de Rio Negro e Mandirituba, Marcelo Olsen, falou sobre o impacto da pandemia nas indústrias e a retomada do setor.

 

Segundo Marcelo, um dos impactos mais evidentes da crise foi a retenção do consumo das famílias, que deixaram de adquirir certos bens e focaram em outros.

 

“Quando o consumo diminui, por consequência a produção na indústria também cai. Mas além da retenção de consumo, outros fatores atrelados também contribuíram para a crise, como o desemprego, a diminuição da renda devido a aplicação da MP 936, a paralisação de algumas atividades econômicas como medida de isolamento e outros fatores que afetaram a produção industrial neste primeiro semestre”, disse.

 

Ainda de acordo com Marcelo, o setor industrial mais prejudicado no primeiro semestre foi o setor automotivo e toda a sua cadeia produtiva atrelada. Além deste, os segmentos de bens de capital (máquinas e equipamentos), madeiras e bebidas também foram extremamente afetados.

 

Em Rio Negro, as indústrias também foram impactadas pela crise e muitos setores precisaram suspender contratos de trabalho temporariamente, reduzir carga horária e até demitir colaboradores.

 

“Conheço empresários que inicialmente ficaram extremamente preocupados com o efeito da pandemia, mas de repente começaram a ganhar mercado, principalmente pelo efeito do dólar alto que trouxe dificuldade de importações e as grandes redes passaram a comprar no mercado interno. Com isto alguns setores voltaram a crescer em um tempo muito rápido e hoje já estão com pedidos para dois, três ou mais meses de produção. Isto é muito bom. Portanto, enquanto o dólar alto é ruim para algum setor produtivo, para outros é muito bom”, aponta Marcelo.

 

Em relação ao SESI e Senai, Marcelo afirma que a receita compulsória das unidades diminui 25% com a medida do Governo Federal que possibilitou às empresas recolherem 50% do valor devido ao Sistema por três meses. “Outra situação foram as medidas de isolamento que fizeram com que não pudéssemos realizar cursos, ou seja, nossa receita de serviços também diminuiu.

 

“Tivemos que reduzir a equipe, aplicar suspensão temporária de contratos, reduzimos a carga horária da equipe e assim conseguimos sobreviver e esperamos que daqui para frente as coisas melhorem”, lamenta Marcelo.

 

Apesar do cenário difícil, o sistema está se adaptando à nova realidade e criou novos cursos técnicos semipresenciais com o objetivo de prover soluções para as indústrias neste período. “Temos também, um novo colégio SESI para 2021. Estamos nos adaptando ao estabelecido pelo Governo Federal e a partir do ano que vem, estaremos diante de uma nova realidade”, disse.

 

Assista a entrevista na íntegra: