Interdição da Rua do Turismo causa polêmica nas redes sociais
Depredações, problemas ambientais e violência levaram ao fechamento do acesso à Pedra Caída
Despejo de entulhos, lixo comum, materiais queimados, animais mortos e amarrados dentro de sacos, depredação e episódios de violência são algumas das situações que levaram os empresários Adilson Schadeck e Adalgisa Schadeck a interditarem a entrada da chamada Rua do Turismo, que atualmente é o único acesso ao monumento de relevância geológica Pedra Caída.
O fechamento da rua que faz parte de uma área de mais de 80mil m² de propriedade da família Schadeck há mais de 30 anos, gerou polêmica nas redes sociais. Isso porque de acordo com uma lei promulgada pelo então prefeito Anibal Pinto Cordeiro Neto em 1962, (Lei nº 01/1962), denominou como “Rua do Turismo” a via que costeia o Rio Negro, partindo da Travessa Alagoas até a rua José Pedro Grein. No entanto, segundo os proprietários, a denominação de um nome de rua, não significa a instituição da mesma conforme o Plano Diretor do município. “Estamos apenas exercendo a posse de um imóvel da família”, argumentam.
Durante visita ao local, os empresários mostraram à equipe de reportagem do Riomafra Mix os diversos problemas existentes no local e que vêm trazendo uma série de transtornos. Adalgisa explica que o espaço interditado não dá acesso a residências na região e não interfere na mobilidade urbana. Segundo ela, apenas os técnicos da Sanepar precisam acessar o local, que possui uma rede de captação de água. “Por isso, eles possuem uma chave do portão instalado em um dos acessos e quando precisam, não deixam de realizar as atividades”, observa.
Segundo os proprietários para que uma rua fosse regulamentada na região, seria necessário haver a desapropriação do espaço necessário a abertura de ruas, o que não ocorreu. Questionada acerca da situação legal da Rua do Turismo, a assessoria jurídica do município respondeu, em nota que “a Rua do Turismo foi instituída pela Lei Municipal n. 001 de 24 de março de 1962. Eventual direito à indenização em face da Fazenda Pública prescreve em 5 anos de acordo com o Decreto-Lei n. 20.910 de 6 de janeiro de 1932”.
Outro problema apurado no local são as depredações no ponto turístico denominado Pedra Caída, fora da propriedade do casal. Além das pichações, foi possível observar obras de patrolamento inacabadas no lado oposto da rua, trecho que poderia dar acesso à rede de captação da Sanepar sem passar pelo terreno que se tornou alvo das polêmicas. Sobre as obras inacabadas, a redação do Riomafra Mix não recebeu parecer do poder público municipal.

Enquanto mantêm o acesso à Rua do Turismo fechado para o público, Edilson revela que ainda tem expectativa de que o lugar possa, futuramente, se tornar um espaço que coloque o município na rota turística da região. “É possível pensar em uma parceria público-privada que traga revitalização ao local, desde que preservados os direitos dos proprietários”, afirma.
De acordo com a assessoria jurídica do município, existem estudos técnicos para se instituir uma unidade de conservação no local. A assessoria não informou se já existe projeto para recuperação e exploração do turismo no local.