Rionegrense reencontra mãe biológica na busca por transplante de medula

A busca pela família biológica durou três anos e após acionar o Ministério Público, Marcus conseguiu acesso ao nome da mãe em arquivos da Maternidade de Rio Negro.

Marcus com a família biológica e adotiva. Foto: Arquivo pessoal.

 

O rionegrense Marcus Augusto Oliveira da Silva reencontrou sua mãe biológica após 36 anos na última semana, em Papanduva. A história de Marcus ganhou repercussão nacional quando ele iniciou uma busca por sua família biológica, após precisar de um doador compatível para um transplante de medula óssea.

 

Até então, Marcus não tinha muitas informações sobre a família biológica. Ele nasceu na Maternidade de Rio Negro em 8 de setembro de 1984 e se mudou para Joinville após ser adotado com poucos dias de vida.

 

Em 2015, o rionegrense viu sua vida mudar depois do diagnóstico de uma doença rara chamada Linfoma de Hodgkin. “A partir daí, iniciei uma constante luta pela sobrevivência. Precisava de um doador de medula e o ideal seria que este doador fosse um parente direto”, conta.

 

A busca pela família biológica durou três anos e após acionar o Ministério Público, Marcus conseguiu acesso ao nome da mãe em arquivos da Maternidade de Rio Negro, que hoje pertencem ao Hospital Bom Jesus.

 

A mãe de Marcus, Ovanda dos Anjos, que reside atualmente em Papanduva, ficou surpresa ao saber do filho. “Eu fiquei sem reação. Achava que ele tinha morrido”, disse.

 

Ovanda mora com o marido e os filhos e trabalha como gari e diarista. Segundo ela, na época em que estava grávida, seu pai não aceitava que ela fosse mãe solteira aos 23 anos, uma vez que o pai biológico de Marcus não quis assumir o filho.

 

Ela conta que após o parto, recebeu a informação da maternidade de que o filho havia morrido. “Sempre que chegava o dia 8 de setembro, lembrava do aniversário dele, do dia em que ele nasceu. Fiquei surpresa de saber que ele está vivo e que se encontra nesta condição”, conta.

 

O encontro frente a frente aconteceu no dia 30 de dezembro e foi televisionado pelo Domingo Espetacular, da TV Record, neste domingo (3). Um abraço repleto de emoção selou o reencontro do filho com a mãe biológica.

 

“Nunca quis saber minhas origens, mas fiquei feliz com o reencontro. Para mim, não há tristezas, nem mágoas. Sinto que minha mãe biológica estava com algo preso e acredito que este encontro foi uma libertação para ela. Fiquei muito feliz, não só pela questão do transplante, mas por eu ter feito bem a ela. Sinto que foi um propósito de Deus”, disse Marcus.

 

O resultado do primeiro exame de Ovanda mostrou que ela tem 50% de compatibilidade com Marcus e que poderá ser sua doadora de medula. “Novos testes precisam ser feitos e ainda preciso de uma medicação especial que meu plano de saúde está se recusando a fornecer”, revela o paciente.

 

Mesmo sem uma conclusão, o rionegrense afirma que continua esperançoso pelo transplante. “Sigo confiando em Deus. Este encontro foi algo que veio para edificar nossas vidas e trouxe a esperança que eu precisava para continuar lutando”, conta.