Celesc alerta para riscos com vegetação próxima à rede elétrica
Danos provocados pela vegetação na rede elétrica são a causa de 14,7% das quedas de energia em 2021.


Em um estado com regiões onde há forte presença de áreas de reflorestamento de eucaliptos e pinus, os perigos e danos provocados pela vegetação na rede elétrica são motivo de alerta. A Celesc vem reforçando os trabalhos de limpeza e poda dessas áreas, a fim de amenizar a situação, mas o problema segue sendo a principal causa das interrupções de energia no território catarinense.
Em 2021, 14,7% das quedas no fornecimento registradas foram motivadas por esse tipo de acidente. No mesmo ano, o investimento da Celesc com poda e roçada nas áreas de concessão da empresa foi de aproximadamente R$ 20,3 milhões.
O diretor de Distribuição da Celesc, Sandro Levandoski, ressalta que, em algumas regiões, esse índice é bem maior, podendo chegar a 30%. Ele reforça a necessidade da participação da comunidade para que seja respeitado o limite de afastamento de árvores da rede elétrica.
“A Celesc investe, anualmente, um valor significativo em ações para amenizar o problema, mas isso não é suficiente diante da demanda em Santa Catarina. A população, em especial os agricultores, tem uma participação muito importante nesse processo, com o respeito ao afastamento previsto em lei”, destaca o diretor Sandro Levandoski.
Ele destaca que, nas áreas particulares, o plantio e a manutenção de árvores em distância segura da rede elétrica – que são 15 metros de cada lado da rede elétrica, no caso de árvores de grande porte – são soluções simples que podem ser adotadas pela população de forma preventiva.
Gladimir Jeremias, gerente do Núcleo Planalto, acrescenta que, além da interrupção do fornecimento de energia e dos consequentes prejuízos aos consumidores, a presença de vegetação próxima à rede elétrica também representa insegurança à população.
“É um problema que vai além da falta de energia elétrica. Há os riscos para a população que está próxima a esses locais, principalmente quando ocorre a derrubada da floresta. Quando uma árvore cai sobre a rede, pode provocar um curto-circuito ou mesmo um incêndio, colocando em risco pessoas e também animais”, enfatiza.
Regiões
Veja abaixo o índice de interrupções acidentais no fornecimento de energia elétrica por contato de vegetação com a rede elétrica, entre janeiro e dezembro de 2021, nos municípios das regiões atendidas pelos Núcleos e Unidades da Celesc:
Núcleos | Unidades | |||
Núcleo Alto Vale | 19,6% | Unidade São Bento do Sul | 29,6% | |
Núcleo Planalto | 20,6% | Unidade Concórdia | 35,6% | |
Núcleo Oeste | 13,2% | Unidade Mafra | 21,1% | |
Núcleo Florianópolis | 9,34% | Unidade Jaraguá do Sul | 17,3% | |
Núcleo Meio Oeste | 21,4% | Unidade Rio do Sul | 20,9% | |
Núcleo Norte | 6,64% | Unidade Videira | 14,7% | |
Núcleo Sul | 7,03% | Unidade São Miguel do Oeste | 15% | |
Núcleo Leste | 7,44% | Unidade Tubarão | 8,17% |
O que diz a Lei
A Lei nº 17.588, que estabelece limites para o plantio de árvores exóticas e nativas próximo à rede elétrica, está em vigor desde 30 de outubro de 2018.
De acordo com suas diretrizes, seja em área urbana ou rural, a faixa mínima de segurança para o plantio de plantas de grande porte é de 30 metros (15 metros de cada lado) para espécies folhosas, como o eucalipto, e de 15 metros (7,5 metros de cada lado) para espécies coníferas, como por exemplo o pinus. Ambas são muito utilizadas em reflorestamentos.
A poda e roçada das áreas públicas dentro das faixas de segurança (15 metros de cada lado) são de competência da distribuidora de energia, e o destino correto do material cortado é de responsabilidade das administrações municipais.