Uvas tintas não fazem apenas vinho tintos
O que vai dar cor ao vinho é o tempo em que o líquido fica em contato com a casca.


Talvez poucos saibam, mas é totalmente possível fazer vinho brancos de uvas tintas. Dentro de qualquer uva, a polpa dela, é branca (esverdeada, na verdade). Assim, é possível fazer vinhos brancos de espécies tintas, desde que, durante o processo de vinificação, o suco da uva não entre em contato com a casca.
Logo que é feita a prensagem para retirar o suco da uva (nesse caso, usam apenas o caldo dos primeiros apertos), imediatamente as cascas são retiradas, exatamente como é feito com os brancos, e diferentemente dos tintos, em que são as cascas também vão para a fermentação.
O que vai dar cor ao vinho é o tempo em que o líquido fica em contato com a casca. Os pigmentos que conferem cor ao vinho estão na casca. Quanto mais tempo o mosto fica em contato com a casca, mais cor a casca vai fornecer para o mosto.
Para situar o leitor, segue o tempo necessário para dar cor ao vinho:
Tintos: algumas semanas;
Rosés: algumas horas;
Brancos: não fica em contato.
A regra não é absoluta, pois cada uva tem um potencial de cor, portanto, para cada vinho, um tempo diferente.
Um bom exemplo disso são os champanhes, que levam na sua composição uma uva branca, a chardonnay, e duas uvas tintas, pinot noir e pinot meunier. Já os rosés precisam desse contato por um breve período de tempo. Há espumantes feitos somente com as uvas tintas, os chamados de Blanc de Noirs, e outros feitos apenas com a uva branca, os Blanc de Blancs. Nesses dois casos o champanhe é branco.
Já para vinhos tranquilos (não espumantes) o uso de uvas tintas para produção de vinhos brancos é mais incomum. No entanto, já há várias alternativas e produções para se experimentar, desde as uvas mais clássicas a autóctones, de países estrangeiros.
Abaixo, segue alguns vinhos que rapidamente se encontra neste estilo:
– Pinot Grigio Reserva 2021 – Miolo Wine Group – Campanha Gaúcha – Brasil
– Trivento Reserve White Malbec 2019 – Trivento – Mendoza – Argentina
– Cabriz Touriga Nacional DOC Branco 2017 – Cabriz – Dão – Portugal
– Monograph Moschofilero 2018 – Gaia – Peloponeso – Grécia
– Invisível Aragonês 2019 – Ervideira – Alentejo – Portugal
Todas essas experiências valem a prova.