A encantadora Riesling
A Riesling é considerada uma das melhores variedades de uvas brancas do mundo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade.


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Que todos sabem da existência de uma grande quantidade de castas identificadas como Vitis vinifera (variedade de uvas) não é novidade, mas o que poucos sabem é que este número chega a aproximadamente 12.250.
Nessa catalogação, no entanto, há sinônimos e homônimos, ou seja, diferentes nomes para uma mesma uva. No geral, desconsiderando esse fator, estamos diante de uma estimativa de 6.000 variedades. Dito isso, vamos começar a falar sobre algumas delas; hoje, trazemos a nossa Riesling.
A Riesling é uma uva branca. O país que mais cultiva essa variedade é a Alemanha, seguido da França. Tal combinação se dá especialmente pelo fato de que os dois países passaram por várias disputas territoriais. A região de Alsácia e Lorena pertenceu ao Sacro Império Romano Germânico antes de ser tomada por Luís XIV, da França (o mesmo que presenteou D. João VI com o relógio destruído no último dia 8 de janeiro). Após ir e vir várias vezes ao longo do tempo, hoje o território pertence à França, ficando ao nordeste do país e ao sul da Alemanha. É considerada uma das regiões mais lindas da Europa.
A variedade é icônica nestes dois países, saindo de lá os melhores cultivos. É considerada também por muitos uma das melhores variedades de uvas brancas do mundo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade e uma habilidade inigualável de expressar o terroir (que é, como já vimos, um conjunto de informações que definem as técnicas e o local onde o vinho é produzido). Um dos melhores confrontos entre novo mundo e velho mundo a se fazer, principalmente falando em vinhos brancos.
Uma curiosidade: na França, proíbe-se plantar Riesling em qualquer área com mais de 64 quilômetros de distância da Alemanha. Por este motivo, a Alsácia é a única região do país a produzir Riesling, que ganha ali toda a finesse ao estilo francês.
Seus cachos apresentam coloração verde amarelada com tamanho médio e delicado. Os vinhos elaborados com a casta costumam ter acidez bastante destacada e são extremamente aromáticos. Os melhores brancos da casta costumam ser os varietais. A uva Riesling possui duas variações, sendo a Renana a de maior qualidade e a Itálica a que possui menor grau de expressividade.
A uva é versátil, produzindo vinhos doces e secos. Muitas vezes, é até difícil distinguir algumas características de doçuras, mas uma regra que pode auxiliar é perceber a graduação alcoólica. Qualquer Riesling com mais de 11% é seco, pois quase todo o seu açúcar foi transformado em álcool.
Outras regiões também veem o cultivo desta variedade crescer exponencialmente, como os Estados Unidos e Austrália. Nestes países, no entanto, há a cultura de misturar as uvas, o que lhes dá um pouco menos de qualidade. Brasil, Chile e Argentina estão no caminho e já produzem belos vinhos.
Por fim, diferentemente de outros vinhos brancos, este, em especial, tem características que permitem a sua evolução. Isso se dá pelo nível de doçura. Então, não se espante ao ver algum destes vinhos com 10 anos de guarda.
Santé!
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