Tudo o que você precisa saber sobre a Uva Malbec
Original de Bordeaux, na França, a Uva Malbec ganhou o mundo e se consolidou em solos argentinos.


Pela passagem do Dia Mundial da Uva Malbec, celebrado em 17 de abril, nada mais legítimo do que falar um pouco sobre ela.
Super aceita pelos consumidores, a Malbec – de origem francesa, originária de Bordeaux, desenvolvida na região de Cahors -, produz vinhos super aromáticos, ricos e encorpados. É a uva mais plantada na Argentina, sendo a mais emblemática do país.
O vigor, perseverança estão presentes em cada garrafa. Se dos primeiros fermentados resultaram vinhos duros e rústicos, isso não pode mais ser atribuído aos vinhos argentinos feitos com a Malbec. Hoje, sedosos e frutados, realmente encantam o consumidor moderno, que tendem a escolher a uva pela sua facilidade na degustação.
Atualmente a Argentina possui características únicas para a uva, distanciando-se daquela produzida em Cahors (onde ainda é muito cultivada). A evidência que diferencia as frutas está em uma comparação genérica, nos estilos: os franceses, com características florais, vegetais, herbáceas e frustas frescas (não maduras); e os argentinos, com exuberância na fruta, maturidade e toques florais.
Na França, possivelmente será mencionada como Côt. Apesar da cultura na França estar se modificando para inclusão do nome da uva usada no vinho, ainda é muito comum encontrar rótulos apenas com a indicação do produtor e região.
Da uva Malbec resulta um vinho denso, escuro, perfumado, e normalmente com aroma de frutas como ameixa e cereja. Seus taninos são geralmente macios e menos potentes do que da Cabernet Sauvignon e da Tannat.
Como se trata de um vinho fácil de beber, de boa harmonização, não é raro que a preferência nacional se dê na sua escolha. Um viva à Malbec!
Por fim, vamos à degustação do nosso Malbec, um Bramare, 2019, da região de Mendonza, Argentina, que será acompanhado de uma clássica harmonização brasileira e argentina: churrasco.
Visual: trata-se de um vinho tinto, tranquilo, límpido, escuro, brilhante, de boa intensidade, com lágrimas finas e fluídas, vermelho-violáceo, sem apresentação de halo-aquoso.
Aroma: franco e intenso, sem defeitos, frutas vermelhas e negras maduras com notas de especiarias doces, como a baunilha; há lembrança de um leve couro, charuto, possivelmente pelo estágio em barricas. O álcool é equilibrado.
Gustativo: seco, taninos envolventes, finos e macios, sem amargor, boa acidez. O vinho é extremamente frutado, com toques de especiarias doces, intensidade alta, persistência longa e álcool médio.
Conclusão: vinho frutado, encorpado e tânico. Como não apresenta grau de evolução, conclui-se que é um vinho de potencial de guarda, mas não mais do que 10 anos.